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JUAN BAUTISTA VELASCO

(Colômbia )


Juan Bautista Velasco Mosquera nasceu em Chocó, Colômbia ,s em 1947.
Foi o fundador da Tertulia Literária Sueños de la manigua, em sua cidade natal. Foi jornais cultural.
Foi incluído em diversas apresentações de poesia chocana.

 

TEXTOS EN ESPAÑOL  -  TEXTOS EM PORTUGUÊS

 

PROMETEO – Revista Latinoamericana de Poesía. No. 54-55.  Memória del IX Festival Internacional de Poesía de Medellin.  Dirección: Fernando Rendón.  Medellín, Colombia: 1999.
Ex. bibl. Antonio Miranda

                                                                                         

 

En el embarcadero

Risas:

Inventos de luz.

Manos que trazan

nítidos surcos

en el aire radiante del medio día.

Tumultos de cuerpos cimbreantes

que llevan con gracia

en sus cabezas

bateas de frutos vivos del trópico.

Rotundas caderas,

perfectas redondeces,

sólo presentidas

bajo las suaves faldas

con las que juega la brisa.

Corrillos de amigas reencontradas

-vecinas de diferentes orillas-

que en voz baja se cuentan

las hazañas de sus hombres.

Carnosos labios

que juegan con las palabras

sorna graciosa de los gestos.

Ojos que todo lo miran

 

y todo lo descifran

y todo lo invaden

y todo lo penetran

negros ojos de las noches

más negras de la selva.

Y la piel:

jagua donde la luz

se refugió para siempre

hasta perderse,

lustroso espejo del agua,

manto purificador de

carnes sangrantes.

Barullo feliz de mujeres negras,

en el embarcadero.

Y al final de la tarde

cuando todas ellas

hayan partido,

amazonas en sus celosos potrillos,

renovando con sus remos

las eternas aguas del río,

el hombre, que se quedó

en la orilla

ciego y equivocado

seguirá insistiendo,

torpemente,

en busca de motivos

para escribir un poema.

 

Oro libre

Era la fiesta un fragor
sobre las faldas floridas.
Ella la siempre viva
lucía sus galas y sus alhajas.
Sólo ahora podía hacerlo
pues le había sido prohibido
por mandato del monarca
según se supo por el bando
que pregonaron por todas las orillas.
"No será al precio de mi sangre
que llenarán sus arcones".
Cómo ahorcan los grilletes

la piel lacerada por los
miasmas del río.
Candongas, collares, filigranas
anchos brazaletes
como el cuero de las culebras
que el brujo, más manos que ojos
forjó en el fuego
de las fraguas nocturnas,
eslabones soldados
con el soplo de los candiles
y la sal de los sudores.
Son oro libre
En el altar de mi cuerpo.
Véanlo los ojos espantados
de los bogas
y los resollantes de los fondos medrosos.
Grítelo el tambor por los vericuetos
de la selva profunda.
Díganlo las aguas
por todos los meandros.

Mañana, ya no importa.
Soy feliz hoy
y eso me basta.

 

 

TEXTOS EM PORTUGUÊS
Tradução de ANTONIO MIRANDA



No cais

Risos:

Inventos de luz.

Mãos que traçam

nítidos sulcos

no ar radiante do meio-dia.

Tumultos de corpos oscilantes

que levam com graça

em suas cabeças

bandejas de frutos vivos do trópico.

Rotundas cadeiras,

perfeitas redondezas,

apenas pressentidas

sob as suaves saias

com as que move a brisa.

Círculos de amigas reencontradas

-vizinhas de diferentes margens-

que em voz baixa contam

as façanhas de seus hosmens.

Carnosos lábios

que brincam com as palavras

sarcasmo gracioso nos gestos.

Olhos que tudo observam

 

e tudo decifram

e tudo invadem

e tudo penetram

negros olhos das noites

mais negras da selva.

 E a pele:

jagua onde a luz

refugiou-se para sempre

até perder-se,

lustroso espelho da água,

manto purificador de

carnes sangrantes.

Barulho feliz de mulheres negras,

no cais.

E no final da tarde

quando todas elas

já partiram,

amazonas em seus ciumentos potros,

renovando com seus remos

as eternas águas do rio,

o homem, que ficou

na beira-mar

cego e equivocado

seguirá insistindo,

torpemente,

em busca de motivos

para escrever um poema.

 

 

Ouro livre

Era a festa um fragor
sobre as saias floridas.
a sempre viva
luzia seus adornos e suas joias.
Somente agora podia fazê-lo
porque havia sido proibido
por mandato do monarca
conforme soubemos por um bando
que alardeava por todas as margens.
"Não será com o valor de meu sangue
que encherão  suas arcas".
Como enforcam com algemas


a pele dilacerada pelos
miasmas do rio.
Candongas*, colares, filigranas
amplos braçaletes
como o coro das cobras
que o bruxo, mais mãos que olhos
forjou o fogo
das forjas noturnas,
enlaces soldados
com o sopro das lâmpadas de óleo,
y o sal dos suores.
São ouro livre
No altar de meu corpo.
Vejam os olhos espantados
das bogas**
e os arfantes dos fundos medrosos.
Grite diante dos lugares de difícil trânsito,
da selva profunda.
Digam as águas
por todos os meandros.

Amanhã, já não importa.
Sou feliz hoje
e isso me basta.

 

*Candongas: Pessoas mexeriqueiras, pessoa que mexe em tudo, revira tudo. 

** Bogas: Aspecto comum a certos peixes marinhos teleósteos perciformes, sendo os pargos alguns de seus exemplares.

 

*

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Página publicada em janeiro de 2023


 

 

 
 
 
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